quinta-feira, 31 de maio de 2012

O professor e o autismo infantil






O quebra-cabeça é símbolo do autismo, representa a complexidade e o mistério do distúrbio. As cores representam a variedade de pessoas que convivem com a desordem.







A criança autista é uma criança com necessidades educacionais especiais.
As causas do autismo ainda são desconhecidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto.
A hipótese de uma origem relacionada à frieza ou rejeição materna já foi descartada, relegada à categoria de mito há décadas. Porém, a despeito de todos os indícios e da retratação pública dos primeiros defensores desta teoria, persistem adeptos desta corrente que ainda a defendem ou defendem teorias aparentemente diferentes, mas derivadas desta.
O professor muitas vezes percebe que a criança tem necessidades educacionais especiais antes mesmo dos seus pais ou do próprio pediatra. Provavelmente ele não saberá que ela é portadora de autismo, mas certamente perceberá que se trata de uma criança diferente.
Entre as coisas diferentes que o professor poderá perceber nessa criança estão:

1. Ausência de linguagem verbal, ou linguagem verbal pobre.

2. Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabaram de falar) ou ecolalia tardia (repetição do que outras pessoas falaram há algum tempo, repetição de comerciais de TV, de falas de filmes ou novelas etc.).

3. Hiperatividade, ou seja, constante agitação e movimento (ocorre em um grande número de crianças) ou extrema passividade (ocorre em um menor número de crianças).

4. Contato visual deficiente, ou seja, a criança raramente olha nos olhos do professor, dos pais ou de outras crianças.

5. Comunicação receptiva deficiente, ou seja, a criança apresenta grandes dificuldades em compreender o que lhe é dito, não obedece a ordens nem mesmo simples e muitas vezes não atende quando chamada pelo nome.

6. Problemas de atenção e concentração.

7. Ausência de interação social, ou seja, a criança não brinca com outras crianças, não procura consolo quando se machuca e parece ignorar os outros. Pode rir ou chorar, mas sempre dando a impressão de que isso diz respeito apenas a ela mesma.

8. Mudanças de humor sem causa aparente.

9. Usar adultos como ferramentas, como levar um adulto pela mão e colocar a mão do adulto na maçaneta da porta para que a abra.

10. Ausência de interesse por materiais ou atividades da sala de aula.

11. Interesse obsessivo por um determinado objeto ou tipo de objetos, por exemplo, a criança pode ter obsessão por cordões de sapatos, palitos de dente, tampinhas de refrigerante etc.

12. Eventualmente uma criança com autismo pode aprender a ler sozinha antes dos quatro anos sem que ninguém tenha percebido como isso ocorreu.

É quase improvável que estas características apareçam ao mesmo tempo. Na primeira infância, os quadros, em diferentes graus, são muito semelhantes, confundindo muitos profissionais experientes, tanto no sentido de subestimar como superestimar as habilidades dessa criança.

Cabe aqui pontuar dois aspectos muito importantes:

1 - independentemente da localização dos distúrbios, quanto mais precoce a intervenção, maior a oportunidade para a criança em todos os sentidos: comunicação, sociabilização, comportamento e aprendizado. Essa interferência necessita ser basicamente educacional;

2 - a prioridade para todas as crianças, independentemente do grau de deficiência mental, é o desenvolvimento cognitivo, até mesmo em relação ao desenvolvimento social, pois é por meio daquele que ela vai iniciar o estabelecimento da consciência sobre si mesma e, posteriormente, como consequência, a consciência sobre os demais. A criança autista, por ter deficiência na interação social, precisa de ajuda para socializar-se.
É comum que o professor se sinta inseguro de comentar isso com alguém, especialmente com os pais da criança.
Nesse caso, o professor  deve compreender do importante papel que desempenha e precisa saber que uma constatação desse tipo, sinaliza o imediato acesso a novos direitos por parte desse aluno e lhe abre as possibilidades de receber ajuda.


Portanto é importante que o professor:

- procure a coordenação da escola para discutir o assunto;

- a coordenação e professor devem chamar imediatamente os pais para uma conversa franca, perguntar se já tinham alguma desconfiança e orientá-los no sentido de procurar esclarecimentos médicos e traçar planos de trabalho conjunto a curto e médio prazo;

- preparar-se para ajudar seu aluno.



Referências:

MELLO, Ana Maria S. Ros de, Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2007.

Ministério da Educação e Cultura.  Saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem: autismo. 2. ed. rev. - Brasília :, SEESP, .2003. 










"Não devemos ter medo dos confrontos...

até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas"

(Charles Chaplin)






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