quarta-feira, 20 de junho de 2012

O castelo dos nossos medos




No bosque dos sonhos existe um castelo que guarda os nossos medos. Ninguém sabe exatamente onde se encontra, pois o desafio é achar o caminho de volta. Sabe-se que fica entre a esquina da rua do Silêncio com a da Atitude. Às vezes a vida nos transporta para lá. Pode ser fascinante, mas também assustador. Possui um colorido sombrio, como aquele que vemos quando sonhamos e não sabemos ao certo as cores, mas temos a certeza de que existiam e pareciam até reais. As paredes de concreto abrigam o abstrato da fantasia. Todos os muros e colunas têm aquarelas musicadas soando ecos de exclamações. Pois lá é o lugar onde são enterrados em pintura aqueles impulsos mortos do que se pensou em fazer e por medo desistimos.

Quando nascemos, nós fomos apresentados a aquele lugar estranho ainda com os olhos muito fechados, por muitas vezes achávamos aterrorizante e começávamos a chorar. Era quando apareciam os fantasmas, os bichos-papões... E logo o nosso alarme berrante fazia com que nossos pais nos salvassem. Mas outras vezes nossos olhos deixavam ocultas imagens necessárias para que conseguíssemos enxergar as cenas mais belas que nenhum adulto sequer conseguiria atingir. Nesses momentos, nossos desenhos foram motivos de risos.

Com o tempo fomos crescendo, vencendo os medos e amadurecendo nossa presença neste lugar. As nossas responsabilidades aumentando, decepções crescentes, faz-se necessária nossa ida, onde lá a paz é constante. Já não berramos como antigamente, não temos heróis e por isso a dor parece ser maior. O mundo é monstruoso, maior do que o antigo "monstro do armário"... Com quem podemos contar? Estamos sozinhos, e nos damos conta de que somos todos sozinhos...

É por isso que no castelo dos medos existem anjos. Geralmente somos abordados por eles, que tomam conta de nós . Suas pranchetas sussurram nos nossos ouvidos perguntas como: " Por que aquela pessoa que eu tanto amava se foi?", "Por que eu tive que passar por este momento tão difícil na minha vida?", "Por que meu casamento está em crise, ou não deu certo?" entre tantas outras perguntas curiosas.

Os anjos cuidam de nós e faz, não com que enxerguemos o "porque" , mas com que através da reflexão nossas forças sejam renovadas para acharmos uma saída. Afinal, no momento em que a vida nos leva ao castelo, voltamos a reviver aquela criança frágil e precisamos de alguém que nos salve, que escute nosso berro engolido. Porque fomos educados para não chorar, para sermos adultos silenciosos. E ficamos na amargura, encolhidos no nosso medo, olhando as pinturas na parede que mostram as atitudes não realizadas. As oportunidades que perdemos e poderiam ter mudado nossa direção... Aquele beijo que não demos antes do adeus... O perdão em que o orgulho ferido não concedeu.... As palavras carinhosas que muitas vezes queríamos ter dito e não dissemos... Aquele trocado que não dei ao menino que passava fome na rua... Aquele amigo que pediu ajuda e não tivemos tempo... Aquela pessoa que não tivemos coragem de nos envolver...

Os olhos voltam a ser aqueles pueris, e se fecham em lágrimas e imagens estreitas, como aquelas dos nossos desenhos. E quando vemos, revivemos a arte da nossa infância, temos olhos nos escuros e passamos a enxergar o que não atingíamos . Enxergamos que é necessário tristezas para que encontremos a felicidade, que é preciso perder para ganharmos. Existem pessoas que passam a vida toda trancadas no castelo, mas bem no fundo sabem que é por própria opção dela, que é possível achar a saída. Assim passamos toda a nossa vida saindo e entrando sempre no bosque dos sonhos... Porque lá existe o castelo dos medos que nos renova a coragem de prosseguir e faz com que avistemos do alto os melhores caminhos. Aliás, foi do alto da janela deste castelo que escrevi este conto... Foi através deste conto que encontrei a minha saída.

Thaís Copetti


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Qual a cor da sua vida?




A vida é um acontecimento que merece ser comemorado. Há cada dia, a cada instante, ela se renova generosa nos pequenos espaços. A vida é miúda, feita de pequenas partes. Viver é construir um mosaico, parte por parte, dia após dia. A beleza de um momento unida à tristeza de outras horas passa a ocupar o mesmo espaço no quadro. As cores se misturam e se arquitetam em busca da harmonia tão desejada.

Há dias em que as cores são frias... a vida pede calma, silêncio, pausas...

Há dias em que as cores são quentes... a vida rompe com toda forma de calma...”
Pe. Fábio de Melo



É uma preocupação antiga de o homem desejar sempre reproduzir o colorido da natureza; o azul do céu, o verde das folhas, o colorido das flores, os diversos tons das águas do mar.

Você consegue imaginar o mundo em preto e branco?


A cor é assimilada pelo ser humano através do sentido da visão. A visão é dos cinco sentidos o que mais rapidamente conduz a informação até ao cérebro. Dessa forma os olhos são os sensores e o cérebro é o processador.
A visão representa uma das preciosidades que o homem recebeu da natureza. É o sentido que faz vibrar o ser humano. A cor é indispensável ao homem para que conheça o mundo que o rodeia isto porque esse mundo é caracterizado pela luz e pelas cores, são estas últimas que ajudam a compreender o espaço, a definir o que esta longe, e o que está perto, o que tem volume...
Na arte a cor é especialmente importante. Na pintura a cor é o elemento principal, é através dela que o pintor transmite os seus sentimentos, as suas intenções, e define as formas.

A cor é vista: impressiona a retina.
A cor é  sentida: provoca emoção.
A cor é construtiva, pois tem um significado próprio, tem valor de símbolo, sendo capaz de, construir uma linguagem que comunique uma ideia ( alegria, tranquilidade, excitação entre outras)


POR DENTRO DAS CORES

Cores Primárias 
            São consideradas primárias porque através de misturas dão origem a todas as outras cores. São elas azul, amarelo e vermelho.


Cores secundárias
As cores secundárias resultam da mistura em proporções iguais de duas cores primárias. Assim:




Cores complementares
Cores complementares são as cores opostas no disco de cores e são usadas para dar força e equilíbrio a um trabalho criando contrastes. Por exemplo: O vermelho é complementar do verde. O azul é complementar do laranja.

Cores análogas
Cores análogas são as que aparecem lado-a-lado no disco de cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. São usadas para dar a sensação de uniformidade.

Tom
Refere-se ao maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e ao se adicionar o branco a determinado matiz, este se torna gradualmente mais clara.





No ocidente, as cores surtem diferentes efeitos psicológicos sobre as pessoas

Branco - purificador, perfeição, pureza, neutralidade, humildade, limpeza, claridade, frieza e esterilidade, pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição, união;

Preto - luto, elegância, solidez, poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério, azar;

Cinza - elegância, humildade, respeito, reverência, sutileza;
Amarelo - concentração, disciplina, comunicação, ativa o intelecto, positividade, boa sorte;

Vermelho - paixão, entusiasmo, impacto, agressividade, força, energia, amor, liderança, masculinidade, perigo, fogo, raiva, revolução, "pare";

Rosa - Amor, carinho, suavidade, acolhimento, romantismo;

Azul - harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia, dependência, tecnologia, liberdade, saúde, purificação, amabilidade, paciência, serenidade;

Ciano - tranquilidade, paz, sossego, limpeza, frescor;

Verde - esperança, cura, natureza, paz, natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, riqueza, dinheiro, boa sorte, ciúmes, ganância, esperança;

Lilás - influenciam emoções e humores, intuição e espiritualidade;

Roxo - velocidade, concentração, otimismo, alegria, felicidade, idealismo, riqueza (ouro), fraqueza, dinheiro;

Magenta - luxúria, sofisticação, sensualidade, feminilidade, desejo;

Violeta - espiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria, resplandecência, dor;

Laranja - equilíbrio, generosidade, entusiasmo, alegria, aconchegante, energia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo, ludismo;

Castanho - sólido, seguro, calmo, natureza, rústico, estabilidade, estagnação, peso, aspereza.


O significado das cores em nossas vidas

TINTAS

A tinta é um líquido com pigmentos coloridos e aglutinantes solventes ou aditivos que podem ser à base de água, óleos, betuminosas ou plásticas.
O pigmento é uma substância composta de partículas microscópicas coloridas que são misturadas à tinta para dar cor. Pigmentos e corantes podem ser extraídos dos reinos mineral, vegetal ou animal. Eles servirão para colorir a tinta. Folhas, raízes, flores e cascas são corantes vegetais, que devem ser fervidos em água ou através da extração do sumo. Depois de frio, o líquido obtido é capaz de manchar uma superfície. Alguns exemplos:

            - Amarelo ou laranja: casca de cebola, girassol, cenoura.
            - Vermelho: serragem vermelha, jabuticaba, beterraba, urucum.
            - Marrom: café, chá preto.
            - Verde: folhas de cenoura, couve, erva-mate, loureiro.
            - Roxo: jamelão.
            - Preto: carvão, jenipapo.


Faça suas tintas

Tinta plástica:
-Misturar um pouco de cola branca na tinta guache ou PVA.


Tinta óleo
Para fazer tinta a óleo misture pigmento em pó (ex.: pó xadrez) com óleo de linhaça. Use uma espátula para amassar bem o pó. O ponto bom da tinta é  o mesmo da consistência da pasta de dente. Para lavar o pincel ou diluir a tinta use terebintina ou aguarrás.



Têmpera
A têmpera é feita com gema de ovo e pigmento. Peneire a gema para separar a sua pele. Se ovo estiver gelado fica mais fácil de retirar a pele da gema. Pra cada gema misture uma colher de café de pigmento (ex.: pó xadrez). Você pode utilizar um pouquinho de água para controlar a densidade.


Tinta com papel de seda ou papel crepom.

-Ingredientes: Uma folha de papel de seda ou crepom de cor viva; uma colher (de sopa) de álcool; uma xícara (de café) de água. Misture tudo e deixar em fusão por dois dias. Guardar em vidro fechado.

Crie sua paleta de cores
Cores primárias: Azul, Vermelho, Amarelo. O Branco e o Preto não são considerados cores, com eles trabalham-se o claro e escuro / luz e sombra. Assim, quando uma cor é misturada ao branco, você obtém o tom (tonalidade) ou matiz. Por exemplo, se você mistura o branco a um azul puro, você obtém um azul celeste, um azul bebê etc.
Quando uma cor é misturada ao preto, você obtém a sombra, a graduação (ou gradação). Por exemplo, se você mistura o preto a um azul puro, você obtém um azul marinho, um azul escuro, um azul índigo.
Brinque com as cores

Laranja + Verde = Ocre
Preto + Branco = Cinza
Violeta + Branco = Lilás
Azul + Amarelo = Verde
Azul + Vermelho = Violeta
Laranja + Branco = Cor de pele
Azul + Branco = Azul claro
Violeta + Vermelho = Carmim
Verde + Amarelo = Verde folha
Vermelho + Amarelo = Laranja
Violeta + Ocre = Siena queimada
Vermelho + Branco = Cor rosa
Amarelo + Branco = Amarelo canário
Vermelho + Verde = Vermelho veneza
Verde + Violeta = Sombra esverdeada
Violeta + Verde + Amarelo = Verde Musgo
Amarelo + Ocre = Amarelo indiano ou ocre dourado
Violeta + Verde + Azul = Preto marfim (calibrando com azul)







Enfim, vença a timidez, o medo de errar, solte as mãos e a imaginação, explore o desconhecido com coragem e determinação e obtenha sucesso!


Lembre-se:
Praticar é muito importante.







Referências
CANTELLE, Bruna R. Arte, etc. e tal...Ensino básico de Educação Artística. Vol .1.  São Paulo: IBEP.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgar Bücher, 1986.
ARNHEIM Rudolf  . Arte e Percepção Visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira, 2005. 






segunda-feira, 4 de junho de 2012

Arco-iris


Um dia desses ao passar pela ponte Rio-Niterói, pela janela do ônibus, como criança me pus a contemplar um lindo arco-íris. Lembrei das minhas fantasias de infância: Será verdade que no final dele há um pote de ouro? Bem, hoje já não me faço esta pergunta, mas com certeza   sua imagem multicor embala meus sonhos criativos repletos de cor e felicidade. 







 Como estamos falando de cor, aproveito para compartilhar como vocês um linda poesia de Sagramur.


CORES DA VIDA



Na visão poética de minhas retinas, a vida tem as cores do Azul e do Rosa.



Mas quando olhamos para o sol e seus raios luminosos, reluz natureza, a vida se torna Amarela, cheia de brilho e esplendor, fios dourados benevolentes de energia.


Quando olhamos para o chão e sentimos as gramíneas brotarem do solo fértil anunciando esperança, a vida é Verde, tapete de sonhos a nos dizer - siga.

Quando as crianças brincam na inocência da idade em ludicidade e liberdade, a vida é Branca, reinante de paz e alegria - trenzinho de felicidade.

Quando a inquietação permeia coraçõezinhos adolescentes, a vida é um degradê de Alaranjado - experimentar as nuances, faz sentido - dá vigor aos desafios de não se conter.

Quando a solidão faz "aconchego" na boca do estômago prenunciando azia, a vida é Marrom, plena de melancolia. Dorzinha doída, que dói, dói, dói, machucando o Verde.

Quando à noite, a lua aparece e os enamorados se entrelaçam em paixão desenfreada, a vida é Vermelha em estágio de imaginação e fulgor. O coração bate-bate, saltitante de entregas e fantasias.

Quando alguém do outro lado da linha, de peito aberto diz: "oi amiga, oi amada", a vida é Maravilha, o coração fica cheio de júbilo, rimos a toa, bailamos na ilha do mar sereno.

Quando os sentimentos negativos nos domina e não encontramos alternativas, a vida é Cinza, acinzentado desamor, desabrigo de estrelas.

Quando a escuridão fecha nossos olhos para sempre e a terra nos consome por inteiro, a vida é Preta, sem luz, sem brilho, sem alma e sem nenhuma chance.

Quando o amor acaricia o nosso olhar em gestos de doce magia, a vida é Dourada, palpitante e reluzente. Voa-se horizontes sem fim, flutua-se o colorido das estações.

E quando paramos para refletir a vida... A vida é um Arco-íris, todo pintado pelas cores da nossa escolha e da nossa imaginação.







Psicologia Analítica e A Roda Das Cores
Por: Mônica Perny

C.G. Jung mostrou que o símbolo do círculo é uma imagem arquetípica da totalidade da psique, o símbolo do self sendo este o arquétipo que representa a unidade dos sistemas consciente e inconsciente, funcionando ao mesmo tempo como centro regulador da totalidade da personalidade. A sombra pertence ao inconsciente pessoal, mas também é pessoal na medida em que diz respeito aos nossos próprios fracassos e debilidades entre outros, mas como é comum a toda a humanidade, pode ser considerada um fenômeno coletivo. Segundo Jung não há sombra sem sol, nem sombra (no sentido de inconsciente pessoal) sem a luz da consciência. A sombra é inevitável e sem ela o homem é incompleto.
A roda das cores como mandala, representa as oposições do múltiplo e do uno, do decomposto e do integrado, do indiferenciado e do diferente, do exterior e do interior, do difuso e do concentrado, do visível aparente e do invisível real.
Jung recorre à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da psique. 


As cores

A cor, além de produzir uma sensação de movimento, de expansão e de reflexão, pode também nos oferecer uma impressão estática. Mas ao relacionar uma cor a outras, dentro de um espaço bidimensional, um outro fenômeno pode acontecer. Poderemos observar que os valores apresentados por uma determinada cor se alteram quando ela passa a sofrer a influência de uma ou mais cores colocadas dentro de um mesmo espaço.
O primeiro caráter do simbolismo das cores é sua universalidade, em todos os níveis do ser e do conhecimento.
As cores complementares (uma primária e uma secundária) oferecem oportunidade de contraste de efeitos, que podem ser usado com grande êxito, desde que quem empregue saiba usá-las.
A harmonia pode ser conseguida pela graduação da luminosidade, pois o uso de cores complementares muito intensas, lado a lado, pode reduzir efeitos demasiado violentos.
As sensações de calor e frio em relação a uma cor são relativas ao indivíduo que a vê. Na psicologia distinguem-se as cores quentes e as cores frias As primeiras favorecem os processos de adaptação e de ardor (vermelho amarelo e alaranjado), tem o poder estimulante e excitante. As segundas favorecem o processo de oposição (azul, índigo e violeta), tem o poder sedativo e pacificante.
                       

Funções psíquicas X Cores

Na concepção analítica, segundo Jung, as cores exprimem as principais funções psíquicas do homem: pensamento, sentimento, intuição e sensação.
O azul é a cor do céu, do espírito, no plano psíquico, é a cor do pensamento.
O vermelho é a cor do sangue, da paixão, do sentimento.   
O amarelo é a cor da luz, do ouro, da intuição.
O verde é a cor da natureza, do crescimento. Do ponto de vista psicológico, indica a função de sensação ( função do real), a relação entre o sonhador e a realidade.


Simbologia das Cores Básicas:

Vermelho: Vem do latim vermiculus [verme, inseto (a cochonilha)]. Simboliza uma cor de aproximação, de encontro. Considerado como símbolo fundamental do princípio da vida, com a sua força, seu poder e seu brilho, cor do fogo e de sangue.
Amarelo: Deriva do latim amaryllis. Simboliza a cor da luz irradiante em todas as direções. É amais quente e a mais expressiva das cores. É a cor da eternidade; a cor da terra fértil.
Azul: Tem origem no árabe e no persa lázúrd, por lazaward (azul). É a cor do céu sem nuvens. É a cor mais profunda das cores: nele o olhar mergulha sem encontrar qualquer obstáculo, perdendo-se até o infinito. É também a mais fria das cores e, em seu valor absoluto, a mais pura, à exceção do vazio total do branco neutro. Imaterial em si mesmo, o azul desmaterializa tudo aquilo que dele de impregna. É o caminho do infinito, onde o real se transforma em imaginário. Claro, é o caminho da divagação, e quando se escurece, torna-se o caminho do sonho. O pensamento consciente, nesse momento vai pouco a pouco cedendo lugar ao inconsciente.
           

Simbologia das Cores Secundárias:

Verde: Vem do latim viridis. Situa-se entre o azul e o amarelo. Simboliza a faixa harmoniosa que se interpõe entre o céu e o Sol. Cor reservada e da paz repousante, favorecendo o desencadeamento das paixões. É o mediador entre o calor e o frio. É a cor do reino vegetal; do despertar da vida; da água. É envolvente, tranquilizante, refrescante e tonificante. Para os cristãos e na nossa cultura, a cor da esperança. A cor verde conserva um caráter estranho e complexo, que provém da sua polaridade dupla: o verde do broto e o verde do mofo, a vida e a morte. É a imagem das profundezas e do destino.
Alaranjado: Origina-se no persa narang, através do árabe naranja. Situa-se entre o amarelo e o vermelho. Simboliza o flamejar do fogo; o equilíbrio entre o espírito e a libido. Mas esse equilíbrio é tão difícil de ser alcançado que o alaranjado se torna também a cor simbólica da infidelidade e luxúria.
Violeta: Situa-se entre o vermelho e o azul. É a cor da temperança, equilíbrio entre a terra e o céu, os sentidos e o espírito, a paixão e a inteligência, o amor e a sabedoria, também é a cor do segredo, da submissão, da tranquilidade no qual o ardor do vermelho é suavizado.


Cores Opostas

As cores opostas como o branco e o preto simbolizam o dualismo intrínseco do ser. Elas simbolizam ainda: o preto, o tempo; o branco, o intemporal, e tendo o que acompanha o tempo, a alternância da escuridão e da luz, da fraqueza e da força..
Branco: A palavra nos vem do germânico blank (brilhante) Simboliza a luz, e nunca é considerado cor, pois de fato não é. Se para os ocidentais simboliza a vida e o bem, para os orientais é a morte, o fim, o nada.
Preto: Deriva do latim niger (escuro, preto, negro). É expressivo e angustiante ao mesmo tempo. É alegre quando combinado com certas cores. Às vezes tem conotação de nobreza, seriedade. C.G. Jung sublinha que o preto é o lugar das germinações, é a cor das origens, dos começos, das ocultações.



No meu trabalho arteterapêutico com a Roda das Cores tenho como objetivo principal trabalhar as questões pertinentes às diferenças, harmonia, limites, serenidade, equilíbrio e ordenação, buscando através deste último estimular a energia criadora do indivíduo.



Referências:
CHEVALIER, Jean. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio; 2003
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgar Bücher, 1986.
FORDHAM, Frieda. Introdução à psicologia de Jung. São Paulo: Verbo : Ed. Universidade de São Paulo,1978.
GRINBERG, L.P. Jung: o homem criativo. São Paulo: FTD, 2003.

domingo, 3 de junho de 2012

Seja feliz




Seja feliz


Quando estamos envolvidos na correria do dia-a-dia, com todas as cobranças e obrigações fica difícil pensar em felicidade, mas é justamente em meio a tudo isto que devemos parar um instante que seja para pensar em tudo de bom que nos acerca.

É fácil contaminar-se pela tensão, pelos desgostos. Difícil é dar-nos conta de que em meio a isso, temos pessoas que gostamos e que gostam de nós, temos filhos, amigos, temos animais de estimação, temos sonhos a serem realizados.

Não se abata. Procure ver o lado positivo das piores situações porque na vida nada é totalmente bom ou totalmente ruim. Pensando positivamente, vivendo de bem, atraímos o bem e ser feliz começa assim, atraindo coisas boas e ultrapassando os obstáculos de forma positiva.

Seja feliz. Enxergue a beleza nas coisas mais simples. Um abraço, um sorriso, uma bela paisagem não custam nada e podem nos trazer felicidade. Prepare-se, abra seu coração e sua mente, experimente, tente, arrisque-se de vez em quando e dê valor a quem e ao que realmente importa.

Descarte o mau-humor, livre-se das energias negativas e sinta-se especial. Agindo desta forma o mundo se abrirá para você.




sábado, 2 de junho de 2012

A Arte de não adoecer



A ARTE DE NÃO ADOECER


Se não quiser adoecer - “Fale de seus sentimentos” .
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - “Tome decisão” .
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - “Busque soluções”.
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - “Não viva de aparências”.
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - “Aceite-se”.
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - “Confie”.
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - “Não viva sempre triste”.
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos do doutor“. Alegria é saúde e terapia.

Dr. Dráuzio Varela




sexta-feira, 1 de junho de 2012

Arteterapia com Idosos




A população no Brasil e no mundo está envelhecendo.
O aumento da expectativa de vida no Brasil se deve, entre outros fatores, ao progresso da ciência, às melhores condições sociais e econômicas e, por que não dizer, ao rígido controle demográfico que tem levado à diminuição da taxa de fecundidade nos últimos anos.
Com o aumento da população idosa no país, os programas de assistência vêm se tornando cada vez mais frequentes na formulação das políticas sociais. É possível observar que hoje a sociedade vem demonstrando maior atenção para as questões do fenômeno da velhice e do processo de envelhecimento.
O envelhecimento é um processo normal de alterações relacionadas com o transcorrer do tempo que ocorrem durante toda a vida. O ser humano começa a envelhecer no momento do parto.
Considerando a meia idade como núcleo do ciclo da vida, é nesse momento que o adulto amadurecido compreende que, quando jovem era heróico e impulsivo, sem experiência e cheio de vida. Agora ele continua cheio de vida, porém mais prudente e sábio.
Na transição da meia idade para uma nova fase o indivíduo se vê fazendo um balanço entre o contínuo jovem-velho. Após esta análise pode-se obter uma sólida estrutura na qual basear o uso da energia, imaginação e motivação positiva para uma mudança. Mas, a chegada da terceira idade traz muitas dúvidas, medos e incertezas.
Para os cientistas, a terceira idade, começa aos 60 anos.
O conceito de terceira idade tem sido variável. Há quem diga que existe a "boa idade". Isto é conceitual. A idade mostrada no documento de identidade pode ultrapassar os 50 anos, mas a mente, o espírito da pessoa é que mostram as quantas que ela anda. Aquela frase, cujo autor desconhecemos, mas que diz: "há idosos aos 20 anos e há jovens aos 90", mostra bem como é a realidade.
Entre os muitos modelos teóricos de desenvolvimento humano que identificam pontos críticos importantes durante a última metade do ciclo da vida, cabe ressaltar a psicologia analítica. C.G. Jung afirmou que embora muitas pessoas atinjam a idade avançado com necessidades não satisfeitas, é inevitável para tais pessoas olhar pra trás. Segundo Jung, a segunda metade da vida é a oportunidade que as pessoas têm de realizar uma exploração interior intensiva para poder encontrar um significado e uma totalidade na vida que tornem possível a aceitação da morte.
Nesta viagem rumo ao espaço sagrado e ao encontro com o seu verdadeiro “Eu” a Arteterapia assume um papel revelador, resgatando o potencial criativo visando promover a psique saudável e estimulando a autonomia e a transformação interna para a estruturação do ser.
No setting arteterapêutico, o cliente irá trabalhar com materiais plásticos expressivos tais como: pincéis, cores, papéis, argila, cola, recortes, desenhos, retalhos e outros, tendo como finalidade a mais pura expressão do verdadeiro Self, não se preocupando com a estética e sim com o conteúdo pessoal implícito em cada produção e explícito como resultado final.
Sendo assim, a Arteterapia visa estimular a criatividade através das diversas atividades artísticas, entendendo que estas se apresentam como um instrumento facilitador e catalisador do processo de resgate da qualidade de vida do homem na sua segunda metade da vida.
A Arteterapia não elimina as limitações inerentes ao processo de envelhecimento, mas favorece o desenvolvimento da criatividade e pode alterar a percepção do mundo, auxiliando o idoso no descobrimento de uma postura mais positiva diante da vida e despertando a vontade de buscar a felicidade pessoal. Neste sentido, o fazer artístico, como atividade humana que se aproxima muito da conquista da imortalidade, pois Angela Phillippini firma que “a obra de arte pode resistir ao tempo e ao esquecimento. Evidentemente, não se trata de levar indivíduos a produzirem grandes obras de arte, mas de despertar o compromisso com a vida, ajudando a superar o medo da morte, até porque muito do que se perdeu, pode ser revivido na Arte. E a experiência artística pode nos reconduzir re-enamoramento pela vida e por suas inúmeras possibilidades”.
Por todas as ideias apresentadas, a Arte constitui-se em um excelente recurso terapêutico para resgatar o potencial criativo dos idosos, estimulando-os a superar suas limitações e preconceitos, conscientizando-os que, na maioria das vezes, são impostos por eles mesmos. As Artes-integrativas estimulam a memória e favorecem o resgate da autoestima, possibilita a integração social dos idosos, favorecendo a autonomia das ações destes com perspectivas da melhoria da qualidade de vida.












Referências:
GRINBERG, Luiz Paulo. Jung: o homem criativo. São Paulo:FTD, 2003
PHILIPPINI, Angela. Reencontros e reencantos na terceira idade. In: Arte Terapia: revista imagens da transformação, n. 7, v. 7, nov. 2000.








Turma da Mônica e um amiguinho diferente